quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Chame Gente



Ah! imagina só que loucura essa mistura
Alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia
De Todos os Santos, encantos e Axé, sagrado e profano, o Baiano é carnaval
Do corredor da história, Vitória, Lapinha, Caminho de Areia
Pelas vias, pelas veias, escorre o sangue e o vinho, pelo mangue,Pelourinho
A pé ou de caminhão não pode faltar a fé, o carnaval vai passar
Da Sé ao Campo-Grande somos os Filhos de Gandhi, de Dodô e Osmar
Por isso chame, chame, chame, chame gente
Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta
É um verdadeiro enxame, chame chame gente
Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta
Ah!...a praça e o poeta.

domingo, 15 de janeiro de 2012

A fatalidade do Não



A palavra de que eu gosto mais é não. Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer não. O não é a única coisa efectivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade. É o momento em que é necessário dizer não. A fatalidade do não - ou a nossa própria fatalidade - é que não há nenhum não que não se converta em sim. Ele é absorvido e temos que viver mais um tempo com o sim

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Dia de Reis!

Ô de casa,
Ô de fora
Menino vai vê quem é
Menino vai vê quem é

Somos cantandor de reis
Somos cantador de reis
Quem mandou foi São José
Quem mandou foi São José

São José, Santa Maria
Diz que foi pra Belém
Diz que foi para Belém

Ele foi cantar o reis
Cantaremos nós também
Cantaremos nós também

São josé também cantou
Nesse dia de alegria
Mas depois de muito tempo
São José também chorou
Quando viu seu filho morto
Pregado numa cruz com tanta dor...



''Hoje é o dia de Santo Reis, andam meio esquecidos, mas hoje é o dia de Santo Reis...''

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Palavras



                    Palavras uma vez ditas não têm retorno. As escritas então vão durar uma eternidade. Por isso é bom se colocar no lugar de quem vai ouvir e dizer, dentro do possível, só aquilo que gostaria de escutar.
                    As palavras podem ser flores ou facas, depende da entonação ou intenção, não exatamente do que está sendo dito, mas da forma que vai tomando.
Palavras são donas de guerra ou de paz, de notícias felizes e de grandes tristezas. São nossa expressão e o que nos diferencia no reino animal, e de posse dessa informação aproveito a palavra ser humano, para verificar com exatidão o que quer dizer e o Aurélio explica que ser humano é relativo ao homem, humanitário, que por sua vez ama os seus semelhantes. Pois a palavra deveria ser essa expressão já que foi completamente inventada em várias línguas, podendo dizer o que quiser de várias formas, deveria ser amorosa e educada mesmo quando não fosse, sair devagar e pausada de forma a ser compreendida e não enganada.
                    A palavra pode estar velada pelo engano ou ser de tal sinceridade que detone uma guerra onde, depois não existem culpados. Medir palavras com a métrica do equilíbrio não é garantia indolor, mas pode ser de bom resultado.
A palavra às vezes cabe melhor no silêncio, que é onde mora a prudência e o recato ou até uma dor que precisa de seu tempo calada. Feita só de letras, mas dotada de força impressionante nos exprime e as nossas idéias, que apesar de ficarem um pouco tolhidas pelo peso de serem ditas, dão forma aproximada daquilo que estamos querendo.
                    As palavras compram e vendem mesmo sem ser dinheiro. Elegem, corrompem, se tornam depoimentos e matéria de disputa. Emprestam sentido dado por antigos donos a situações novas. Acusam, conciliam, enfim criam esse mundo apenas com letras que vão se entrelaçando e aquele que conta um conto aumenta um ponto e assim vão andando, descontroladas, quase donas da vida própria. Às vezes são de consolo, e é verdade que uma dor passa quando se tem as palavras corretas na bula e viram remédio que cura.
                    Vem ainda acompanhada do movimento de corpo, o body language, que talvez por ser em inglês às vezes fique mal interpretado e aí a palavra dita fica irrecuperável diante do erro, em maus lençóis mesmo, falando uma coisa que quer dizer outra.
                    O fato é que antes de dizer qualquer coisa é bom um momento, uma medida, um olhar para dentro. Sair um pouco de si e escutar o que se tem a dizer ou escrever para que não se torne um engano e nem faça sofrer. Uma higiene da alma, digamos. Não precisa vir cheia de certeza nem titubeante, vai depender do momento. Vai depender da intenção que pode durar mais, muito mais do que o tempo que estamos dispostos a conceder.
 
Palavras
por Ina Gracindo